sexta-feira, 26 de dezembro de 2008


Porque sempre fazemos planos para você? Você é deprimente. Não gosto das suas viradas, dos seus fogos de artifício, e seu traje branco. Está sempre cheio de pessoas felizes, na praia, achando que a partir dali a vida mudará, a partir dali tudo pode acontecer. Que calamidade. Sempre esperei mais de você, desejei mais amores, mais dinheiro, mais esperança. Ta aí, um sinônimo para você, esperança. Tenho pena de ver tanta gente sorrindo pra você, queria poder dizer a eles que é tudo mais um motivo para beber, para comer, se reunir. Não é motivo de vida nova. E lá se vai mais um, dezembro chega e janeiro espera por você. Nós sempre esperamos. Às vezes você nem demora tanto, a vida nos prega tantas peças que nem notamos que Janeiro está por vim, e que o tempo não é mais o mesmo. Faça jus ao seu nome, honre enquanto a vida me tem.
Ano novo, desta vez não me decepcione.

domingo, 21 de dezembro de 2008

A menina era amarga. Sua alma era podre como um urubu procurando carniça. Sua inocência valia a pena dos fracos e sua coragem era distante. Sua emoção nunca foi firme, seus sentimentos sempre passageiros. Palavras bonitas não atraem o porte dela. Ela é o que chamamos de nada hoje. Cara sofrida, sem escrúpulos. Descrevê-la como ser humano é difícil. Nada chama atenção. Não existem detalhes em seu corpo. Os caminhos que nos levam até seu ventre são os caminhos do inferno. O diabo faz a festa ali. Festa do fogo.
A positividade foge daquela menina. Ninguém nunca se encorajou a tocá-la, mas pra que, tocar em terreno em que o sujo está a olho nu, está no sangue.
Canivetes são jogados em sua face com esperança de um ser melhor.
Tudo em vão.
A menina é desigual. É desumana desde o nascimento. É podre desde que a vida lhe viu.
Falar da vida alheia não é um dom. Se fosse todos seríamos super poderosos. .... do mal.
É feio, inconveniente, mas é humano, é irresistível A quem diga que não abre a boca para falar do próximo nas suas costas. Mentira, seus pensamentos voam soltos nas suas mentes malignas. Você não fala nas costas, mas fala com seu subliminar, seu caráter. o que é pior.
Você não é o pior ser humano porque disse que aquela pessoa está mais gorda, mais feia. Quem nunca fez um comentário malicioso desses por trás? Por mais inofensivo que seja sempre rola.
Às vezes ficamos tão preocupados em falar da vida alheia que nos esquecemos da nossa, do quanto ridículos somos. Então falando que sua amiga está mais gorda não faz de você uma pessoa mais magra nem melhor. Isso é fato. Mas virou costume pra nós falarmos o que nos convêm sobre a vida alheia. Antes de abrirmos a boca vamos pensar no nosso peso, no nosso salário, no nosso perfil e sem julgar ninguém cuidaremos da nossa vida, mas claro um comentário inocente não faz mal a ninguém, não é?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008


Não queria ter que está escrevendo isso. Não escolhi essa vida pra mim, ela que me escolheu. Minhas condições nunca foram boas, nunca conheci meus pais e fui criada por uma tia bastarda numa casa de massagem, as ‘amigas’ dela eram boas comigo, sempre me davam presentes, mas a noite eu tinha que subir, tinha que ir pro meu quarto e ser vítima das obscenidades que faziam lá em baixo. Sempre achava que os presentes eram pra me compensar dos gemidos que uma criança como eu tinha que ouvir todo dia. Minha tia era uma boa pessoa, me cuidou, nunca me deixou na mão. Até que um dia o destino me deixou só. Não existia mais tia, mais casa de massagem, mais amigas. Existia apenas eu.
Tentei trabalhar em algumas lojas, lanchonetes, hotéis. Percebi que o dinheiro não dava, e pelo motivo do meu sofrimento sempre fui muito fechada a conhecer pessoas, não me dava bem em lugar nenhum.
Fui para a ultima opção que me restava, ainda tinha 20 anos e meu corpo era apenas um corpo qualquer. Um corpo não preparado para a vida que me restava.
Vendi-o. Vendi por algum preço. O preço da fome e da sobrevivência. Choro depois de transar. Fumo para ter paciência. Bebo para esquecer as noites.
Resolvi que minha vida não era digna da minha existência. Meu corpo e minha mente não mereciam viver. Cometi um suicídio esta manhã. Matei-me lentamente pra sentir cada dor de que foi uma vida vivida por nada.
E me despeço desta medíocre vida em um chão de um quarto barato com meu humilde orgulho derramado em um copo de veneno.
Nasci a alguns meses. Não sei falar, emito alguns sons estranhos para os outros, mas para mim fazem o maior sentido. Não posso morder coisas nem mexer em buracos na parede, fico de cara feia quando isso acontece, pelo menos é o que reflete naquele pedaço de vidro que eu nunca escutei o nome. Sou gordinha, tenho olhinhos fechados e me divirto muito com as figuras coloridas no outro pedaço de vidro que chamam de televisão, é, esse nome já ouvi.
Vejo tudo de baixo, olho pra cima e só me vem na cabeça gigantes fazendo caras de aborrecidos, mas na minha frente sorriem tanto que às vezes me da um medo. Eles ficam me dizendo o tempo todo que eu sou linda, e me forçando a falar o nome deles, eu tento, mas só saem àqueles tais sons estranhos.
Eu sei que vou crescer, mas tenho medo de ficar do tamanho deles e começar a falar o que eles não querem ouvir e a entender o que não é bom saber.
Pra falar a verdade queria emitir sons estranhos pra sempre pra não ter que saber como é ser gigante.
Saudade é muito relativo. Posso sentir saudades de quem não vejo há horas como há anos. Saudade é do tipo do sentimento que não há descrição. Como se houvesse para algum. Mas enfim, sentir a ausência do outro é algo que espero dos meus próximos. Porque sentindo falta da minha companhia já demonstra que alguém gosta realmente de você. É isso que estou sentindo agora. Uma saudade.
Saudade das tardes nas casas das amigas. Saudade da quarta feira no shopping. Saudade de toda a família reunida no natal. Saudade dos parentes que viajaram. Dos amigos que perdi. A saudade está em mim o tempo todo. É algo inevitável, vem com a alma, o coração.
Sinto saudades daquilo que fiz e não fiz o que disse e o que ficou por dizer. Sinto isso o tempo todo, e acho que vou sentir pelos futuros dias

terça-feira, 16 de dezembro de 2008


Você é um perfume. Encontra-se ao lado de muitos outros como você, vários aromas, formas, preços. Mas ali ninguém sabe o preço de ninguém. Você é fabricado tal como muitos outros, mas percebe-se que dentro do frasco cada aroma é novo, doce, amargo, diferente. E o se é. Seu nome é desconhecido, nunca conseguiu vê além daquela prateleira de loja. Muitos alguém passam e lhe cheiram, colocam um pouco em alguma parte do corpo depois vão embora. Até que certo alguém gosta de você. Não dizem que nos pequenos fracos estão os melhores perfumes? Pois bem. Você foi escolhida por alguém. Até então, ele te leva pra casa, e passa a te usar todos os dias, antes do trabalho, do passeio, antes de dormir. Faz você se sentir importante, útil. Mas ele acaba te usando demais. E o enjôo aparece, a necessidade do diferente, do incomum. Aí que começa seu labirinto. Você está acabando e ele necessita de um outro novo, ou até então parecido com você.Até então que você percebe seu preço, e entende que barato ou caro um dia você acaba. Você seca. Você só vira um vidro que um dia foi o perfume preferido dele.
Dois verbos que não deveriam ser usados em uma relação são usar e jogar. Te usei e joguei fora. Bom, todos usam e um dia jogam ‘fora’, a única diferença é que uns fazem com amor e outros não. E ai que está a questão dos fatos. O namorado te abandonou e a única coisa que pensou na hora foi só quis usar mesmo. Pois bem, você usou minha cara, como ele também. Mas você usou com carinho, usou com beijos de amor. O recíproco dele pode ser diferente, ter te usado pelo corpo, pelo desejo, pelo poder. São controvérsias. Cada um pensa e usa como quiser. O fato é que usar é desumano, quando uma das partes não quer ser usado sem amor, ali já não existe sentimento algum, só carnes, corpos. Pode usar, use mesmo, mas antes de jogar fora pense se a situação fosse inversa e que você não está mandando ninguém para o lixo, ali você é o lixo.
Sou doente. tenho probelmas com pesadelos, vira latas, crianças abandonadas. Sou doente. Não sou a favor da igreja, de lençóis furados, de mendigos calados.
Sou doente. Meu tratamento é chorar. Choro a infelicidade dos outros e sem ninguém para amar.
Sou doente. Preciso de remédios de sorrisos e muitos analgésicos para me curar.
Sou doente. Doente da desgraça. Da tristeza, de tudo que não tem graça.
Sou doente. Sou doente do Brasil. Do palavrão. Do puta que paril!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


O acaso bateu na nossa porta e o destino nos uniu. Nos conhecemos em uma noite chata, sem graça, eu estava de cabelos escuros naquela época. Você parecia um menininho escondido debaixo de vitaminas, músculos e academia. Estava bonito, admito, uma bermuda com cores duvidosas e uma blusinha achada em qualquer loja cara. Sua aparência me chamou atenção pelo seu estilo, seu jeitinho de levantar a sobrancelha e observar com calma todo detalhe de qualquer mulherzinha que passasse por você. Percebi de momento que era detalhista, observador. Não era um dos meus melhores dias, estava simples, um brinco que peguei de ultima hora antes de sair de casa, uma sandália baixa e um vestido de casa aqueles bem longos que inventam de dizer que é moda no verão. Mas não era verão. Era primavera. Se bem que nas ruas as flores não se viam, e o nome da estação não tinha o menor sentido. Foi ali que começou, foi ali que eu deveria ter dito que não queria te conhecer, foi ali que eu não imaginava o futuro adiante, foi ali que nasceu uma relação.
Eu hesitei um pouco, pedi paciência a você, pedi pra você conversar primeiro, contar sua história, sua vida, seus problemas. E você não me escutou, era detalhista demais pra ficar ouvindo o que eu tava falando, olhava tanto pos meus lábios que eu ficava tão sem graça que esquecia que você não estava ouvindo nada do que eu falava. Uma vontade despertou em mim depois daquele dia. À vontade do querer. Querer te ver todo dia. Eu te conheci por algumas horas e já queria está contigo a todo instante. Era estranho, mas não pude evitar o que já estava acontecendo. E não evitei.
A partir então te veria por todos os dias, semanas, meses. Foi tão rápido, você era apenas um menino de academia e eu era uma garotinha simples, mas com o tempo eu gostava mais e mais de você. Sua respiração em meu ouvido, suas mãos apertando todas as formas do meu rosto, seus olhos nos meus, tudo era bom demais. Bom demais.
Lembro que você me deu uma casa de miniatura e que me prometeu que um dia viveríamos nela. Você prometia demais, dava amor demais, era tanta verdade que eu duvidava. Tentava ficar insegura, com um pé atrás, mas você não deixava isso acontecer, apertava com força minha mão e eu sentia um arrepio tão grande que eu chorava. Chorava de felicidade.
O último dia que nos vimos você estava fazendo as mesmas juras, promessas, e eu estava de cabelos mais claros, mais viva. Você estava magrinho, era um menininho homem agora, e eu era uma menina sua.
Meu mundo virou lama. Virou caco. Virou pó.
Foi naquela tarde que você me deixou, depois do café e das bolachas, depois do eu te amo, depois de passar seus dedos entre meus cabelos e dizer: amor, já volto!
Não voltou.
Não vai voltar.
Alguém te levou, te levou de mim. Levou teu sorriso, nossa casa de miniatura, nos beijos, nossas promessas. Chorei de felicidade pela aquela primavera. Chorei de tristeza pela aquela tarde. Pela vida. Pela morte.
Não quero que você descanse, quero que você me espere. Me espere pela eternidade, pelo além, que não demorarei e te darei minha vida e meu amor.


Com amor, sua.

Pra falar a verdade sempre adorei o Natal. Ok, existem aqueles parentes que você nunca viu na vida que acham que você cresceu centímetros e ainda fica te enchendo de perguntas, e você se vê numa situação completamente embaraçosa.
Mas natal para mim é família. Pode ser meio careta, mas natal sem pai e mãe, é só uma festa como outra qualquer. É certo que Natal é pra celebrar o nascimento de Cristo, nunca fui ligada a esses tipos de crenças, bom, é tudo motivo para a família se reunir para comer e beber. Isso é fato.
Meus natais eram maravilhosos, não imagino um natal em casa. Você olha pela janela e vê os pais saindo com os filhos com as travessas na mão para a casa da avó, mas você não, você está olhando pela janela e daqui a pouco vai dormir. Um natal sozinha. Deveria ser lei não passar o natal sozinha.
Convenhamos que a publicidade saia muito em conta, com todas aquelas propagandas de ofertas, promoções, presentes e tudo mais. Podemos chamar isso de infuência.
Então vai ai algumas sugestões de presentes para o Natal.
Para seu inimigo, perdão. Para um oponente, tolerância. Para um amigo, seu coração. Para um cliente, serviço. Para tudo, caridade. Para toda criança, um exemplo bom. Para você, respeito.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Não te perdi. Não se pode perder o que nunca se teve. E eu nunca te tive. Não por completo, por inteiro. Entreguei-me e você enfiou uma agulha no meu peito e em vez de arrancá-la de vez está tirando lentamente de mim, deixando meu coração sangrar segundo após segundo. O tempo não volta, e àquela hora certa que você tanto pedia não vai chegar. Amor verdadeiro não diz adeus. Não se cala não se esconde. Amor verdadeiro é livre. É sincero. Não sei o que sente, se é paixão avassaladora, se é calor entre dois corpos e nada mais ou se é vontade de ficar junto, de não parar de olhar, de grudar os lábios e não tirar mais. Vou assumir minha fraqueza e pela primeira vez na minha vida não quero desistir de alguém. Não cabe a eu escolher, não cabe ao destino. Você sabe de quem é a culpa. Aqui eu sou a vítima. Não sou santa, sei os meus limites e os meus erros, mas de que culpa tem o coração de se apaixonar? Não pedi pra você aparecer, Não pedi pra ficar.
Não desaparece. Fica.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008


Olhei ao meu redor e me vi diante de centenas de rostos conhecidos. O lugar não era diferente. Não era igual. Os ruídos eram os mesmos, as músicas, os motivos dos risos também. Deu-me um enjôo. Uma vontade de correr, de fugir. Peguei meu copo amassado de vodka com gelo, um cigarro, um isqueiro e sai pra onde os sons das pessoas não me fizessem vomitar. Sentei-me no meio fio, coloquei o copo ao lado e tente acender um cigarro depois de tempos sem fumar. Acendi. Vi o fogo queimando o papel, fiquei minutos observando a beleza não bonita das cinzas do fumo. Não traguei. Apenas queria sentir o cheiro. Tomei um gole da vodka, mas o enjôo me veio novamente. Era um enjôo da mesmice. Mesmice de tomar as mesmas bebidas, escutar as mesmas piadas, curtir com as mesmas pessoas. Talvez a chata dali fosse eu mesma. Mas gritei me senti sozinha diante de tantas pessoas. Bebendo aquela vodka com um gelo derretido senti o gosto amargo da minha vida. Não sabia o que estava fazendo dela. Beijaria naquela noite outra boca, acordaria com outra dor forte de cabeça. Mas não. Apaguei o cigarro na vodka quente e fugi. Fugi pra outra vida.
Cansei de mim. Cansei da vida, do além, do futuro. Cansei da rotina, do semáforo vermelho, da criança chorando. Cansei do balanço do ônibus, da cantada do velho, do mendigo da esquina. Cansei do almoço repetido, da palavra não dita, do amor não vivido. Cansei dos planos, do azar, do salário atrasado. Cansei de dar satisfações, dos foras, dos erros. Cansei do amor, de sofrer, de viver. Cansei da mocinha e do vilão, cansei da fila do banco, da chuva na praia, da puta na rua. Cansei da mentira, da justiça, da falta do que fazer. Cansei da patricinha loira, do nerd estiloso, da música vulgar. Cansei da falsidade, do clichê, da anedota sem graça. Cansei da utopia, dos sonhos, das decepções. Cansei do novo presidente, da esperança, da corrupção. Cansei do capitalismo, das enchentes, do mar avançado. Cansei do calor, do trabalho, do pão com manteiga. Cansei de esperar. Cansei. Gritei. Descansei.
Certa vez um amigo perguntou-me o que eu queria ser quando fosse mais velha. Pensei demais antes de responder. Eu já estava mais velha. Essa palavrinha mágica na existe mais. Ser, um dia, no futuro. Agora é tudo presente. Não tive respostas. Talvez ele procurasse em mim uma resposta pra ele. Acho que todos procuram respostas no próximo. Dificilmente conseguiremos. Daí então desvendará quem somos, e isso é a chave da questão.
Pra ser alguém é ter um carro, uma casa, um trabalho. Pronto, você é taxado como alguém na vida. Não no meu conceito. Se você é irmão de alguém, filho de alguém, então você já é alguém. Bens materiais fazem parte de você.
Complexo não?
O que estou querendo dizer é que planos são úteis para se tornar uma pessoa mais importante, com um futuro de bens materiais. Mas espero que você saiba que você é sim alguém para algum outro alguém.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


Nada como uma tarde de amor. De sexo. De dor. De arrepios.
Gosto na cama . no elevador . com quem se ama
Não gosto da inocência e nem que tenha crença
Gosto do selvagem.
Não gosto de ser limitada. O limite no sexo, não existe.
O limite no amor, sim.
Gosto do prazer, do recíproco, do querer.
Quero delírios, palavrões e tapas.
Não quero lamentações, decepções, nem anseios.
Gosto do melhor.
E pra terminar com essas palavras insanas

‘seus lábios são labirintos que atraem meus instintos mais sacanas’

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


Fiz por você. Parei de beber, compus uma canção, deixei o cigarro e te dei meu coração.
Não foi em vão, mas não tem perdão. Quem ama sofre, toda paixão morre.
Será minha cara metade? Ou só passou de mais uma vontade?
Eis o homem de minha vida? ou só mais uma cicatriz na ferida?
E foi no teu defeito, que fez mudar o meu jeito
e é da tua qualidade que eu vou sentir mais saudade



menina não sou mais
mulher me fez ser
pelo amor que sempre me satisfaz
eu só tenho é que te agradecer
Não quero acordar. Hoje não abrirei meus olhos e não viverei a realidade. Vou voar, vou olhar pra baixo e ver aqueles prédios abandonados, aqueles luxuosos, ver pessoas atrasadas, famílias comemorando e outras então se desesperando. Vou ficar ao lado dos pássaros e contar-lhes que é meu primeiro vôo, vou descrever o quanto é bom não pensar em nada, e não sentir o peso do corpo. Então apostarei corrida e mostrarei o quanto eu sou boa e posso voar pra bem mais longe e rápido. Então passarei pelos os lugares mais inusitados e misteriosos, sentirei o cheiro do verde, e me encantarei com a vista. Abrirei meus braços e abraçarei o vento, as folhas secas voando sem destino e a brisa do mar. Pois, vou passar pelo oceano, verei as águas sujas e limpas, os peixes saudáveis e doentes, e o que de mais os mares poder me oferecer. Aí então, minha vista vai cansar, meus olhos vão querer se abrir pro mundo, e a consciência vão pesar. Mas não vou acordar, vou voar , voar até na eternidade chegar.
No começo foi paixão mesmo, coisa de carne, do calor de corpos. Foi questão de tempo pra tudo se transformar em amor. Amor rápido, amor estranho, imprevisível. Sinceramente, posso dizer que o amei. Não sei se foi por 5 segundos, ou 5 horas. Mas aquilo eu chamei de amor, pelo menos naquele momento pensava que era isso. Tudo coisa da cabeça. Ou do coração? Só sei te dizer que não durou. Talvez pela minha impaciência, ou pelo seu confuso amor, talvez pelo cansaço e pela espera do eu te amo. Tudo tem sua hora, tudo tem seu tempo. O tempo passa, e as horas também. E sabe aquele tempo que pediu? Ele passou, as horas não tem mais valor nesse momento, tudo virou lama. Uma lama de saudade, lama de você, lama de nós. Não quero que se arrependa e pense em o quão bom poderia ter sido, te amei, verdade, mais os seus 5 segundos passaram.

O que há de mais belo na vida é a família. Pode discordar, eu deixo. Vejo os pais se separando, filhos fugindo de casa, pai matando filho e vice versa, mãe com vergonha de abraçar, com medo de demonstrar amor, filhsa revoltadas, parentes distantes. Não sei o que é isso. Não quero saber. Não tive muitos privilégios na vida, mas posso me orgulhar de ter uma família. Não é perfeita, tem lá seus desencontros, suas aflições, seus problemas. É normal não? Dizem que família é isso, é paixão e desabafo, amor e ódio, gritos e beijos. A minha não é igual nem diferente da sua. A minha é minha. É difícil falar com os pais o que eles fingem não entender, e difícil conversar com os filhos sobre a realidade que eles fingem não vê. Mas família é pra preservar, namoro acaba, casamento as vezes não dura, amigos se afastam, e a família não acaba, não muda, não desiste. Querendo ou não, ela é sua, ela já está formada, feita. Ame-a, por mais complicada que seja, por mais severa e rígida que as regras são, não deixe que seu amigo seja mais importante, releve os impasses e os erros dela, e se deixe ser amada também. A reciprocidade é a melhor forma de manter a união. Família é família, o resto a gente conquista.
Medo



Medo da solidão,

Medo de atravessar a rua

Do sinal vermelho

Da esperança

Medo da volta

Do perdão

Do amor

Da sinceridade

Do escuro

Do silêncio

Da fome

Medo de voar

Da morte

Medo de viver

Do absurdo

Da falsidade

Da vulgaridade

Do pesadelo

Medo do pedinte

Do desconforto

Da insegurança

Medo da liberdade

Tenho medo

Medo de sentir medo