terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Cansei de mim. Cansei da vida, do além, do futuro. Cansei da rotina, do semáforo vermelho, da criança chorando. Cansei do balanço do ônibus, da cantada do velho, do mendigo da esquina. Cansei do almoço repetido, da palavra não dita, do amor não vivido. Cansei dos planos, do azar, do salário atrasado. Cansei de dar satisfações, dos foras, dos erros. Cansei do amor, de sofrer, de viver. Cansei da mocinha e do vilão, cansei da fila do banco, da chuva na praia, da puta na rua. Cansei da mentira, da justiça, da falta do que fazer. Cansei da patricinha loira, do nerd estiloso, da música vulgar. Cansei da falsidade, do clichê, da anedota sem graça. Cansei da utopia, dos sonhos, das decepções. Cansei do novo presidente, da esperança, da corrupção. Cansei do capitalismo, das enchentes, do mar avançado. Cansei do calor, do trabalho, do pão com manteiga. Cansei de esperar. Cansei. Gritei. Descansei.
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