terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Olhei ao meu redor e me vi diante de centenas de rostos conhecidos. O lugar não era diferente. Não era igual. Os ruídos eram os mesmos, as músicas, os motivos dos risos também. Deu-me um enjôo. Uma vontade de correr, de fugir. Peguei meu copo amassado de vodka com gelo, um cigarro, um isqueiro e sai pra onde os sons das pessoas não me fizessem vomitar. Sentei-me no meio fio, coloquei o copo ao lado e tente acender um cigarro depois de tempos sem fumar. Acendi. Vi o fogo queimando o papel, fiquei minutos observando a beleza não bonita das cinzas do fumo. Não traguei. Apenas queria sentir o cheiro. Tomei um gole da vodka, mas o enjôo me veio novamente. Era um enjôo da mesmice. Mesmice de tomar as mesmas bebidas, escutar as mesmas piadas, curtir com as mesmas pessoas. Talvez a chata dali fosse eu mesma. Mas gritei me senti sozinha diante de tantas pessoas. Bebendo aquela vodka com um gelo derretido senti o gosto amargo da minha vida. Não sabia o que estava fazendo dela. Beijaria naquela noite outra boca, acordaria com outra dor forte de cabeça. Mas não. Apaguei o cigarro na vodka quente e fugi. Fugi pra outra vida.
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