terça-feira, 25 de novembro de 2008


Pais se separam, a novela acaba, flores morrem, frutas apodrecem, amizades não duram, amores não se resolvem. Um dia tudo morre, acaba, apodrece, não sobrevive. Vida, minha cara, é difícil? É. Deus responde? Não. Ajuda? Sim. Deus é verdade? Não sei. Eu sei que tudo que começa, acaba. E eles começaram, não é pra você entender, é pra aceitar. Você nasceu, você é o que de mais belo aconteceu na vida deles. Não se culpe porque naquele dia em que a briga era tão intensa você não os separou e disse a importância do amor, não se culpe por está triste e não puder fazer nada, não se culpe por não ter ido mais vezes a igreja e pedir a Deus que seus pais ficassem juntos para sempre, não se culpe pela vida, pelas notas baixas e sua fraqueza. Não se culpe, pela sua ingenuidade e inocência... Não se culpe por sentir ódio, raiva e desprezo.não se culpe de nada. Aqui não há culpados, ele, ela, você, ninguém. A vida vai voltar ao seu eixo, vai ser diferente, vai ser tudo novo, muitas lagrimas há de rolar, mas você é eterna ali, você é aquilo que eles não podem separar, nunca.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Não gosto do jeito que ele me intimida. Não gosto do fato dele não olhar pro meu corpo e sim nos meus olhos. Não gosto da palavra sincera que ele diz. Não gosto dos braços em que me envolve e me faz sentir segura. Não gosto do seu sorriso amarelo quando uma piada minha não tem graça. Não gosto das unhas mal feitas, do olhar inteligente e da atitude de criança. Não gosto do seu cabelo despenteado e das suas blusas amassadas. Não gosto do que diz e do que pensa e não diz. Não gosto do seu cheiro de roupa limpa e suas mãos grandes. Não gosto quando me toca e me faz pensar nele. Não gosto do homem que é e do rapaz que pode ser. Não gosto do seu amor, do seus lábios, do seu beijo. Não gosto do fato de não conseguir não gostar dele.

domingo, 23 de novembro de 2008

Meu dia não fica completo quando aquelas seis horas do dia sua ausência não transparece. Sua presença em minha vida é nova, foi reveladora. Diferente, assumo, mas de boa causa. Transformei-me em rica e pobre, tanto de alma, quanto de bolso. Verdade que seu sarcasmo combina com o meu, e seu olhar quando cruza comigo não precisa de palavras. Doce, amarga, você soa pra mim em todos os significados e tudo que não faz sentido. Você é pra mim o meu não sentido pra vida e o meu rumo ao mesmo tempo. Busquei em ti o mais belo que existe em uma amizade, nada do contra, nada a favor, somos amigas de idéias diferentes e vidas opostas. Uma conversa , um minuto e tudo muda. E tudo mudou. Meu dia são seis horas. Meu dia sem às seis horas, não é dia, é vazio.

terça-feira, 18 de novembro de 2008


Diante de mim



Me vi diante daquele espelho, e o sorriso já não era mais o mesmo. O objetivo da minha vida se tornou apenas cinzas. É, cinzas como rugas, o branco do cabelo e o enrugado da minha pele. Respirei fundo e tentei imaginar alguns anos que passaram, mas não me venho nada a cabeça, só um raro momento em que estava sentada em uma pracinha e uma criancinha apertou minha mão. Voltei ao espelho, e tentava esbanjar um sorriso meio amarelo, mostrando algum dente real que continuava ali. Fui abrindo meus olhos e tocando nas bochechas, era tudo igual e diferente ao mesmo tempo. Tinha medo de desviar minha atenção para baixo e ver o que eu tentava fugir por algum tempo. Resolvi espiar, porque não? Sabia que nada era como antes, mas pelo menos aquele sinal no cantinho da cintura havia de estar lá. E estava mesmo, um pouco mais claro e mais pra baixo por causa da imensas dobras que faziam sobre meu corpo, mas fiquei feliz. Uma coisa ainda restava de mim. É, um sinal. Minha vida não se resumia ao agora, não aquela imagem que refletia sobre o espelho. Aquilo era só uma sombra daquilo que o tempo faz com as pessoas, e eu era mais uma vítima dela, da tal velhice. Dei um suspiro de dois minutos beijei-me no vidro embaçado do espelho e senti alívio de ter chegado inteira, metade e nada até o fim.

Aquele era meu último momento diante de mim mesma, depois daquele dia, minhas rugas, meu cabelo grisalho e minha sombra sumiram e viraram cinzas.
Não vim aqui pra te provar nada

Arranhei meus sonhos e contigo cai numa cilada

Alguém que não deu valor ao que tinha

Desse jeito é melhor viver sozinha

Saudade da e passa

A vida é curta que nem uma cachaça

Quando menos espera ela está na sua mão

E na outra já ardeu no coração



Chega mais, não duvide do que sou capaz

Nossas promessas virarão pó

Não tenho medo de andar por ai só

Chega mais, que eu te mostro o que é nunca ter paz
Julia, sempre Julinha. Do latim significa cheia de juventude. Juventude essa que nunca envelhece, juventude vista a olho nu, no sorriso, e no jeito de levar a vida. Não me canso de dizer que sua beleza dói nos olhos, que seus eu te amos freqüentemente não me enjoam, e sua carência não me aborrece.
De um juízo duvidoso e uma timidez também, essa é Julia, uma galega sempre morena, lembrada por muitos por ser aquela gordinha em que todos queriam sua atenção, desde as criancinhas de colo, até os marmanjos de meia idade. Seu nome lhe deu vida, cresceu e fez dos seus 20 anos ter rostinho e corpinho de 15. Amiga e inimiga de todos, pouco expressiva mas muito compreensiva. Nunca do contra, não gosta de dar palpites e nem demonstrar suas opiniões, se for para o bem de todos, ela topa, se não, também. Dança no vento, e beija na boca. Sonha em se tornar mulher, de tão menina que ela é, nem imagina que mulher já é.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Para a noiva.

A poucos dias fui a uma despedida de solteira, minha primeira. Como minha mãe diz: quando começa a ser convidada para chá de panela, é porque está ficando velha. Bom, quando chegou ao final da festa, cada pessoa tinha que falar da noiva, desejar felicidades, saúde, amor.. enfim, todo aquele clichê para homenageia-la. Chegou a minha vez, não fiz um discurso, apenas disse: Não vou te desejar felicidades, nem saúde, nem paz.. acho que cada um colhe o que planta, e espero que você siga o caminho certo.
E espero mesmo prima, de coração. A vida vai te dar tantos caminhos, e você vai querer jogar tudo pro alto muitas vezes, e em muitos momentos, mas uma certa vez ouvi uma frase em que diz que o covarde nunca tenta, o fracassado nunca termina e o vencedor nunca desiste. Você vai tentar, vai terminar, e não desistir. Acredito que existem pessoas que a amam, por mais difícil que for sempre vai ter uma mão pra te apoiar. Mas você tem que seguir sozinha, aprender com a vida a cada minuto.
Ame-o nos momentos mais importunos, abrace-o quando o seu sorriso não for mais o mesmo, beije-o toda vez em que olhar nos seus olhos, deseje-o por toda a vida.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008



INEFÁVEL



Palavra misteriosa,poucos sabem, muitos conhecem. No dicionário os significados são muitos, indizível, inebriante, encantador, delicioso, mas conceito melhor é falar que é um termo utilizado para identificar algo de origem divina ou transcendente e com atributos de beleza e perfeição tão superiores aos níveis terrenos que não pode ser expresso em palavras humanas.
Disse tudo?
Impossível.

Palavra esta dada a uma coisa, pessoa, matéria, alguma coisa nada citada antes. Palavra em que lembro-me até hoje, porque foi dita a mim por um ser de sexo masculino, em que me descreveu por uma só palavra. E bem dita, creio eu. Um termo usado por inteligentes, apaixonados, inefáveis.
Uma só palavra que deveria ser pronunciada e ouvida todos os dias.
Pratique-a.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Lata de Lixo

Ele mora em uma lata de lixo, foi para lá que o destino o fez merecer.
Tão imundo quanto o mundo, tão porco quanto o louco, tão podre quanto o nobre.
Nas ruas ele vive no amargo da vida, na esperança do político, na vida não vivida.
Jogam-se pedras no velho, riem da cara mal lavada e das roupas não enxugadas, as vezes até mesmo sorri, mas é pra não cair, no gosto doce do lixo, da imundície da utópica vida que lhe resta... mas que pressa, pressa da morte chegar e o velhinho não ter mais nada pra sonhar.
Coitado do velhote, ele tem pesadelo a noite? Ou é no sonho que não tem sorte?
Não existe barulho, não existe silêncio, ele só anda na contra mão
E é assim a história do pobre que só entende de solidão.