E se o inverno chegar
Deixe que ele chegue com o frio
Não me obrigues a sentir calafrios
Pois a mão que tu me da
Lembra-me da estação e do pecado
Das mentiras do teu afago
Dos devaneios das promessas ditas
das cartas lidas
e da tua boca maligna



e se o inverno acabar
deixe que ele leve você
que a estação quente há de chegar
e uma nova paixão rejuvenescerá

Acendi meu cigarro, mas só consegui tragar na segunda vez que o coloquei na boca, era madrugada quando resolvi levantar para pensar. Eu ainda esperava aquela ligação que ele nunca tivera retornado ou uma palavra de amigo, qualquer coisa, qualquer sinal da sua existência me faria feliz, pelo menos era o que eu pensava. Olho pra rua e me sinto assim, vazia, sem barulhos, só uma chama acesa do fumo que uma hora ou outra irá apagar. Trago pela sexta vez e percebo que uma lágrima corre em meu rosto, me pergunto por que a lágrima não grita, não se entristece. Depois dela, não veio outra. Ela foi a última que ele nunca mereceu.

Desculpem-me loiras, mas as morenas que estão com tudo.
São nas músicas românticas do los Hermanos que elas aparecem e não nas ‘morenas’ burras do Gabriel o pensador. São as loiras que fazem mais escândalos, tem faminha de vulgar e principalmente não se vê uma piadinha maliciosa de morenas. Morena é natural, Loira é superficial. Morena é simples, loira é extravagante. Morena é linda. Loira é gostosa. Morena manda. Loira obedece. Morena entende. Loira fingi.
Ah se eu fosse morena.