segunda-feira, 30 de março de 2009

O amor é um jogo. Sim, ontem mesmo me disseram que é um contrato, onde se ditam regras e acordos. Pra mim eu encaro mais como um jogo. Um jogo da sedução, do amor e da rotina. Uma competição com o intuito de sair um vencedor. É um jogo onde os dois jogadores avançam as casas quando ganham amor e confiança. E recuam quando são contrariados. Ganham pontos a medida que o convívio se estabelece através do diálogo e da bondade. É um jogo com obstáculos, perdas e ganhos. É um jogo em que o tabuleiro é a vida e os jogadores os amantes. E o mais curioso de tudo é que um jogo sempre tem um final. Sempre alguém ganha ou perde. E o que é ainda mais curioso de tudo é que sempre vai ter algum novo jogador afim de jogar.
Você não tem vontade de dizer um EU TE AMO, assim, na cara dura? Mas é o medo é que chega na sua boca, o medo de se entregar, medo de falar e sentir que o silêncio foi uma resposta, medo da hora errada, medo de sentir medo.
Mas não. Prefere ficar calada.
Ainda está.

A dama e o vagabundo


Burguesinha, é do tipo que se faz
Com essa menina ele nunca tem paz
Estilo playboy era tudo que queria
Foi quando apareceu o vagabundo e descobriu tudo que sentia


Menino da rua se fazia de tal
Andava torto com cara de mal
Menininha solta era tudo que queria
Foi quando apareceu a burguesinha e descobriu tudo que sentia


Ele andava descalço sem nenhum pudor
Mas quando ela aparecia lhe entregava todo o seu amor
Juntos eram apenas a dama e o vagabundo
E nada mais importava no mundo

Foi quando a história acabou
E nada mais restou
A dama então chorou
E o vagabundo morreu de amor.

sexta-feira, 20 de março de 2009

- Ei amor, promete não me esquecer nunca?
- Não posso.
- Porque?
- Nunca é tempo demais, tempo que nem você, nem eu, nem ninguém vai saber ao certo.
- Mas é isso que eu quero, amor, quero o esquecimento do tempo, quero que você nunca saiba ao certo, quero o infinito.
- Você sempre quer demais.
- Você não queria ter a certeza que nunca eu iria te esquecer?
- Não, quero as suas incertezas.
- Não te entendo...
- Eu te amo, minha morena. Você me entende?
- Entendo, mas..
- Me ama?
- Amo.
- Apenas lembre que o seu amor é o esquecimento do meu tempo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Seria tão mais fácil morrer agora. Não pagaria mais impostos, não sentiria a dor de um parto, não iludiria de amor por inúmeras vezes, não me importaria mais com as opiniões dos outros, não precisaria estudar, trabalhar, chorar. Não perderia tempo em filas de banco, nunca mais pagaria uma conta, não precisaria ficar mais no transito caótico das cidades, não sentiria mais dor, perda, saudade. Não teria que ficar triste em ver alguém sofrer ou morrer antes de você, não precisaria ir ao medico, tomar remédios, ter medo, sentir-se sozinha.
Realmente seria tão mais fácil desistir de tudo. Seria.
Mas o que seria uma morte sem vida?

Eu sou linda.
Meus olhos são da cor do oceano, minha pele é lisa e branca, a impressão que tenho quando a toco é de estar passando os dedos entre as nuvens. Meu sorriso é romântico. Parece um final de filme. Bocas pequenas da cor do amor. Meus ombros são alinhados e um pouco bronzeados. Meus cabelos vão além deles, são minha parte favorita. Pretos, bem pretos. Que quando o vento bate ele volta pro lugar entre os ombros mais lindos do que foram. Meus seios são redondinhos, no lugar com a idade certa. Meu ventre é com uma dança. Minha cintura o acompanha criando formas e linhas perfeitas. Minhas mãos são longas e rosadinhas. Unhas pequenas com um tom da cor da minha pele. Meu corpo é esbelto, solto, livre, alto. Com curvinhas no lugar certo. Meus pés cabem em qualquer sandália esquecida nas historias da cinderela.
Eu sou linda.
Linda por dentro.
Linda como que quero.
Eu sou assim. Eu sou?
E você? Como é?
Ela não é sincera com ela. Se diz ser forte, insensível, amarga, sem amor próprio, algumas são até afirmações verdadeiras. Mas ela também não é assim tão ruim, tem um coração bobo, uma ingenuidade suspeita e uma sabedoria escondida. Não gosta de ser mulher de batom e salto alto, prefere uma unha ruída e o pé descalço. Sonha em ser demais um outro alguém, mas é certeza que ela descobre um dia quem é quem. Rude nas palavras e doce no olhar, um rostinho comum, com um cabelo comum com uma simpatia não comum. Não tem nada demais, e nada de menos. Confusa, indecisa, adulta, jovem.

domingo, 1 de março de 2009

Continuo a viver e o mesmo pensamento está presente em mim. Aliás, uma pergunta me consome sempre. Porque as pessoas me julgam tanto? Talvez eu queira ser julgada. Talvez não. Talvez eu procure uma resposta nas linhas onde escrevo. Talvez não. Não busco respostas duplas, quero um não ou um sim, um talvez é pouco pra mim. Estamos sempre nos julgando, por bem ou por mal, mas fazemos isso sempre, uns com os outros. Então porque eu sou merecedora de tanta atenção assim? Ou não sou? E essa atenção é pro meu bem ou não? E aqueles que me amam têm tanto direito em me julgar ou não? Continuo a viver e o mesmo pensamento está presente em mim. Aliás, uma pergunta me consome sempre: que resposta eu mereço um sim, um não, ou talvez?