quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


Aquela bala estava vindo em direção ao meu ombro, não era um filme, nem um pesadelo em que eu me beliscaria para acordar. Era uma bala igualzinha daquelas que só via na televisão, daquelas que você reza pra nunca ver. E ela entrou, não tive como esquivar. Ela estava perdida, e resolveu se enfiar dentro de mim, Péssima notícia. Doeu. Doeu muito. No momento você não chora, não grita, não geme, não se mexe. O tempo é o nome para seu desespero. E foi ali que eu o achei pela primeira vez. A morte. Não emiti nenhum som, mas os sons que saiam do meu coração eram tão altos que eu não precisa falar mais nada. A sensação que tive foi de um buraco no ombro, uma explosão inesperada, um empurrão com muita força. Não reclamo mais das dores de dente, de ouvido, não são pra mim agora as piores. Depois daquela perdida bala que se encaixou em meu ombro, nenhuma dor do mundo é maior que o tiro certo.

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