domingo, 21 de dezembro de 2008

A menina era amarga. Sua alma era podre como um urubu procurando carniça. Sua inocência valia a pena dos fracos e sua coragem era distante. Sua emoção nunca foi firme, seus sentimentos sempre passageiros. Palavras bonitas não atraem o porte dela. Ela é o que chamamos de nada hoje. Cara sofrida, sem escrúpulos. Descrevê-la como ser humano é difícil. Nada chama atenção. Não existem detalhes em seu corpo. Os caminhos que nos levam até seu ventre são os caminhos do inferno. O diabo faz a festa ali. Festa do fogo.
A positividade foge daquela menina. Ninguém nunca se encorajou a tocá-la, mas pra que, tocar em terreno em que o sujo está a olho nu, está no sangue.
Canivetes são jogados em sua face com esperança de um ser melhor.
Tudo em vão.
A menina é desigual. É desumana desde o nascimento. É podre desde que a vida lhe viu.

Um comentário:

Gordo (Eduardo) disse...

"Canivetes são jogados em sua face com esperança de um ser melhor."

gostei desse!